Ciclo circadiano e a sua relação com a iluminação

Ciclo circadiano e a sua relação com a iluminação

O primeiro passo para entender o significado da expressão “ciclo circadiano” (ou ritmo circadiano) encontra-se na etimologia da palavra. A palavra “circadiano” tem sua origem no latim, sendo circa (cerca) e diem (dia), ou seja, ciclo de cerca de um dia ou então 24 horas. 

Mas qual a importância desse ciclo de 24 horas? Ele que influencia o relógio biológico de praticamente todos os seres vivos que habitam o planeta e determina fatores fisiológicos e comportamentais. A alternância entre períodos diurnos e noturnos, dia após dia, é responsável por regular o metabolismo do nosso organismo e alguns fatores como: fome, sono, sistema hormonal, temperatura do corpo e pressão do sangue. 

Após milhares de anos de evolução do ser humano, o nosso corpo consegue identificar automaticamente a presença ou ausência de luz e desenvolver processos fisiológicos que mantém o controle das funções hormonais. Comportamentos habituais como sentir sono no período noturno; fome no café da manhã, almoço ou jantar; uma disposição maior durante a manhã ou de tarde fazem parte desse ritmo circadiano. 

O ciclo circadiano está diretamente ligado à nossa saúde, sendo vital para auxiliar no processo de controle hormonal. Durante todo o dia, o nosso corpo é bombardeado com informações e estímulos que incentivam a produção dos hormônios necessários para cada momento: seja na hora de despertar, quando existe a liberação do cortisol para nos manter acordados; no processo de digestão em que a insulina é essencial no processo de uso da glicose de diversos alimentos ingeridos; ou até mesmo no período noturno, quando o corpo entende que é momento de relaxar e inicia a produção de melatonina que é essencial para o nosso sono. 

Sem o devido auxílio desses processos hormonais e com uma rotina de horários menos regrada, é comum identificarmos a aparição de distúrbios alimentares, infecções, problemas de insônia e doenças mais sérias. Cada indivíduo possui um ritmo diferente, características pessoais que o diferenciam dos demais, mas é fato de que o controle desses processos e uma rotina mais regrada podem trazer benefícios para o seu organismo, garantindo uma vida mais longa e saudável. 

Mas, afinal, qual a ligação entre o ciclo circadiano e a iluminação? Assim como a luz do Sol é responsável por estimular a produção de hormônios, a iluminação artificial através do LED também consegue enviar informações ao nosso cérebro que identifica necessidades e segue com processos essenciais para o nosso corpo. Observe a imagem abaixo e veja como funciona o ciclo de 24h do Sol. 

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Quando o Sol acaba de nascer ou está se pondo, é possível identificar uma temperatura de cor mais amarelada, próxima de 2700K. Nesses momentos, o nosso corpo estava em um alto pico de produção de melatonina (nascer do sol) ou então se preparando para iniciar esse processo (pôr do sol). Com isso, o nosso corpo tende a associar temperaturas de cor mais quentes com momentos de relaxamento, descanso e um nível de produção de tarefas mais reduzido. 

Conforme o passar da manhã, o Sol começa a ficar numa posição do céu onde emite uma temperatura de cor mais neutra, algo próximo da cor branca (4000K). Nesse momento, a produção de melatonina já foi reduzida e o corpo já está trabalhando na produção de cortisol para nos manter despertos. Nesse caso, estamos em um meio termo entre relaxamento e produtividade. 

Próximo ao meio-dia, quando o Sol atinge o seu platô, ou seja, o ponto mais alto no céu, é o momento em que estamos no maior pico de produção de hormônios que nos mantem despertos e geralmente estamos em um altíssimo nível de produtividade e atenção redobrada. É possível identificar uma temperatura de cor mais azulada, algo como 6500K. 

Essa percepção da luz solar funciona de forma similar para ambientes que utilizam a iluminação de LED. Ambientes com tons mais quentes, tendem a nos deixar mais relaxados, como são os casos de quartos e salas de estar. Ambientes com tons mais neutros, costumam passar uma sensação de relaxamento, mas ao mesmo tempo de atenção, como cozinhas. E ambientes com temperaturas mais frias, costumam ser focados em alto nível de produtividade e atenção redobrada, como escritórios, farmácias e hospitais. 

É importante ressaltar que, apesar de identificarmos essa relação da iluminação com o nosso corpo, não existe uma regra de como a iluminação deve ser utilizada. Atualmente, por exemplo, é cada vez mais comum identificarmos escritórios e empresas com iluminações neutras, próximas à 4000K. Esses são ambientes onde claramente é necessário desenvolver diversas tarefas, mas com uma crescente preocupação com a qualidade de vida dos funcionários, muitas empresas estão buscando oferecer um ambiente de trabalho que mescle produtividade com conforto.  

Um outro exemplo claro da importância da iluminação na nossa saúde é a questão da luz azul e sua influência no nosso sono. Se tiver interesse em saber mais sobre isso, temos outro post em nosso blog que apresenta esse assunto clique aqui. De qualquer forma, é importante entendermos a relação entre a iluminação e o nosso organismo, para conseguir o melhor aproveitamento e uma vida mais saudável. 

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